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Material reúne microanálises de indicadores sobre o Espírito Santo
Documento foi preparado para a imprensa capixaba mostrando alguns indicadores
A pesquisa realizada no âmbito do projeto Vulnerabilidade à Mudança do Clima avaliou a vulnerabilidade à mudança do clima nos 78 municípios do estado do Espírito Santo. As informações destacadas neste documento reúnem microanálises de alguns dados obtidos a partir de informações inseridas no software SisVuClima. Todos os resultados da pesquisa serão disponibilizados em uma publicação, a ser lançada no segundo semestre de 2017.
Doenças associadas ao clima
As mudanças climáticas podem influenciar a dinâmica de algumas doenças, principalmente as infecciosas, pois fatores como temperatura e precipitação são capazes de interferir no ciclo reprodutivo de insetos transmissores de enfermidades. Para o estudo do Espírito Santo, o projeto avaliou o peso das seguintes doenças sobre a população: dengue, leptospirose, leishmaniose tegumentar americana e esquistossomose, além de considerar também o índice de mortalidade infantil por doenças intestinais.
Ao analisar os municípios capixabas mais afetados ao tomar o Índice de Doenças Associadas ao Clima (IDAC) como referência, é possível dizer que Cariacica apresentou o maior índice (1,0), em virtude dos casos de mortalidade infantil por diarreia. Baixo Guandu também mostrou um valor elevado (0,91) para este índice, seguido por Afonso Cláudio e Nova Venécia, ambos com 0,75. Águia Branca foi considerado o menos vulnerável, com valor 0,0.
Desastres Naturais
No software SisVuClima, a exposição a desastres naturais de origem meteorológica considera os seguintes tipos de eventos mais comuns no país: deslizamentos decorrentes de fortes chuvas; enchentes, enxurradas e alagamentos; seca/estiagem, incêndios florestais, além de estresse hídrico e número de pessoas vivendo em áreas de risco.
Para entender esses fenômenos, são avaliadas as ocorrências de óbitos em função dos eventos climáticos e o número de casos de desastres naturais registrados no passado. Estas informações possibilitam calcular o Índice de Desastres Naturais (IDN).
Ao analisar o mapa do estado, observa-se que não há uma homogeneidade. Para este índice, o município mais vulnerável seria Nova Venécia. Em Colatina, Santa Leopoldina e Rio Novo do Sul os valores foram elevados, tendo em vista que as três cidades apresentaram o mesmo valor: 0,83.
A capital Vitória apresenta um índice baixo (0,17) e Irupi pode ser apontado como o menos vulnerável para a suscetibilidade e ocorrência de desastres naturais – valor 0,0 - em relação aos outros municípios capixabas.
Cobertura Vegetal e Exposição Costeira
O Índice de Cobertura Vegetal e Exposição Costeira (ICVEC) pode ser entendido como a área do município que possui vegetação nativa preservada. Estudos indicam que, quanto mais conservada a porção vegetal nativa de uma cidade, menores os riscos ao qual a população está exposta. Desse modo, o desmatamento, a degradação e a poluição dos ecossistemas contribuem para aumentar a vulnerabilidade ecológica do município e, consequentemente, pode tornar as populações mais vulneráveis à mudança do clima.
É importante destacar que o valor 0 não indica ausência de vulnerabilidade e que o número 1 não evidencia vulnerabilidade completa, e sim que determinado município é mais vulnerável que outro.
De acordo com o estudo realizado, a microrregião do Litoral Sul, representada pelos municípios de Piúma e Marataízes, apresentaram o maior índice: 1,0.
Em comparação com os demais municípios do estado, Alfredo Chaves possui valor 0 – menor exposição, em virtude da preservação da cobertura vegetal nativa na cidade e ausência de populações vivendo em zonas de risco próximas ao litoral.
O município de Vila Velha, localizado na região metropolitana, também possui maior índice de cobertura vegetal e exposição costeira. Isso ocorre por causa do maior número de pessoas vivendo próximas ao litoral e em áreas de risco.
Municípios vulneráveis à mudança do clima
Nesse índice, um componente futuro, o cenário climático para o período 2041-2070, é associado à vulnerabilidade do presente, chamado de Índice Municipal de Vulnerabilidade (IMV), que reúne informações sobre a população, saúde, infraestrutura dos municípios capixabas, dentre outros. Com essa combinação, é possível fazer uma análise de como a vulnerabilidade humana presente poderá influenciar os impactos das alterações do clima no futuro.
A partir das análises feitas, identifica-se que o noroeste do estado seria a região mais impactada. Em um cenário mais pessimista, o município de Mantenópolis seria o mais vulnerável. Ecoporanga e Pinheiros apresentaram valores elevados, 0,91 e 0,90, respectivamente.
Algumas cidades do sul capixaba demonstraram uma vulnerabilidade elevada. São José do Calçado teve um IMV de 0,95 e Apiacá um índice de 0,93.
Os municípios menos vulneráveis à mudança do clima para este índice foram Vitória, Anchieta e Alfredo Chaves em comparação às outras cidades do estado.